Resgate histórico da Matemática: explorando o método Gelosia para multiplicação no ensino fundamental

  • Carolina Gouvea Dornelles Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas
  • Simone Maffini Cerezer Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas
Palavras-chave: multiplicação, gelosia, história da matemática

Resumo

Ao pensar em ressignificar as operações básicas por meio de concepções ancestrais, o resgaste histórico-matemático adiciona abordagens criativas e envolventes. Ele contesta as abordagens mecânicas e repetitivas, transformando e inspirando a percepção dos alunos em relação ao aprendizado matemático. Esta pesquisa está direcionada a uma técnica árabe que utiliza padrões geométricos para simplificar a multiplicação, chamada Gelosia, que, assim como outros métodos encontrados na literatura, mostram-se pouco explorados nas escolas. Os primeiros registros da Gelosia foram localizados na Índia, mas popularizou-se na Europa nos séculos XIV e XV, onde recebeu o nome de Gelosia, devido à semelhança da configuração geométrica do cálculo com as janelas gradeadas de Veneza e de outros lugares. A pesquisa tem como objetivo compreender os desafios e as possibilidades do trabalho com Gelosia na aprendizagem da multiplicação nos anos iniciais do segundo ciclo do ensino fundamental. A metodologia consiste na análise de artigos científicos e estudos que já aplicaram o método Gelosia em salas de aula, considerando publicações de importantes veículos de divulgação científica da Educação Matemática tais como a Sociedade Brasileira de História da Matemática e a Sociedade Brasileira de Educação Matemática, Boletim de Educação Matemática e o banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. A partir destes referenciais, é possível extrair insights valiosos sobre as melhores práticas para incorporar a Gelosia durante o avanço dos cálculos de multiplicação com os alunos do segundo ciclo do ensino fundamental. Este levantamento das aplicações documentadas, até o momento, evidenciou que a introdução de métodos históricos, como Gelosia, oferece uma oportunidade para que os estudantes se envolvam de maneira criativa e descubram a beleza intrínseca da matemática, pois ao explorar outras conjunturas, os alunos podem desenvolver uma compreensão mais profunda e contextualizada da matéria, resultando em um aprendizado mais significativo e duradouro, além de enriquecer a formação como cidadãos críticos e conscientes do papel desempenhado pela matemática na sociedade e na construção do pensamento analítico e reflexivo.

Biografia do Autor

Carolina Gouvea Dornelles, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas

Estudante de Licenciatura em Matemática no IFRS - Canoas. Formada no curso Técnico em Administração pelo IFRS - POA. Residente pedagógica de Matemática vinculada à CAPES, no ensino médio.

Simone Maffini Cerezer, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas

Possui graduação em Licenciatura Plena Em Matemática pela Universidade Federal de Santa Maria (1995), mestrado em Estatística e Probabilidade Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999) e doutorado em Eng de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Atualmente é professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Canoas. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Estatística, atuando principalmente nos seguintes temas: Modelos de Séries Temporais, Teoria de Valores Extremos, Ensino de Estatística e Probabilidade.

Publicado
2023-11-27
Seção
[Comunicação] Ciências Exatas e da Terra