Uma mesa digital interativa desenvolvida com a plataforma arduino para auxiliar no desenvolvimento

Resumo

A educação de crianças portadoras de necessidades especiais (PNEs) é um desafio, pois como estabelecem as diretrizes da educação inclusiva, “todas as crianças devem aprender” e isso deve ocorrer independentemente do tipo de deficiência que a criança apresente. Nesse contexto, surgem as APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) que tem como foco dar apoio aos PNEs incentivando atividades de cunho social, psicológico e biológico. Em Canoas, a APAE atende diversas crianças e adolescentes que possuem as mais diversas necessidades, desde portadores de Síndrome de Down, autistas, portadores de algum nível de deficiência intelectual, entre outras. Em 2016, através de projetos de pesquisa foi estabelecida uma parceria entre o IFRS Campus Canoas e a APAE Canoas, onde a APAE demanda soluções tecnológicas para que o IFRS possa desenvolvê-las. Esses projetos de pesquisa têm por objetivo desenvolver soluções de aprendizado traduzidas em dispositivos robóticos lúdico-pedagógicos que devem ser capazes de estimular desenvolvimento cognitivo de crianças. A elaboração da solução foi realizada a partir de visitas e de proposições realizadas pela APAE, através delas foi possível identificar as necessidades que poderiam ser atendidas pelo projeto e pelos membros integrantes dele. Assim, foi definido como solução inicial um “tablado” onde as crianças poderiam percorrer caminhos identificando cores, onde seriam abordadas questões vinculadas com a lateralidade e a expressividade. Porém, com os testes iniciais percebeu-se que essa abordagem teria dois problemas principais: as dimensões físicas, pois era necessário adequar cada parte do tablado ao tamanho dos “pés” das crianças e o peso que os componentes eletrônicos deveriam suportar. Dessa forma, partiu-se para uma abordagem semelhante, mas em tamanho reduzido- a mesa digital interativa. Essa está sendo desenvolvida utilizando a plataforma arduino(plataforma de prototipagem eletrônica), onde a criança será estimulada de forma visual, tátil e sonora, além de memorização através de desafios. O dispositivo se divide em duas partes: software e hardware, onde o hardware está com algumas partes concluídas e outras ainda em estudo e o software em desenvolvimento. A mesa digital está sendo elaborada levando em conta teorias e concepções vinculadas à área de Educação e À Educação Inclusiva. O foco da mesa é atender crianças com algum nível de deficiência intelectual, para tanto o seu desenvolvimento está priorizando alguns aspectos: demonstração visual de sequências interativas, estímulo ao pensamento lógico, e o uso de instruções curtas e objetivas. Sabe-se que muitas crianças com esse tipo de deficiência também possuem a deficiência motora vinculada, isso será levado em consideração somente nas próximas etapas do projeto. Acredita-se que com este trabalho seja possível realizar uma educação inclusiva permitindo ao PNE se apropriar de conhecimentos e demonstrar sua capacidade de aprendizagem. Além disso, o IFRS cumpre o seu papel de desenvolver soluções tecnológicas direcionadas para a comunidade.