A educação formal como elemento de distinção nos anos de 1940 a 1950

Resumo

O presente trabalho faz parte de uma pesquisa maior que versa sobre a educação formal no Rio Grande do Sul, tendo como pano de fundo o período compreendido entre as décadas de 1940 e 1950, e tem por objetivo compreender se a educação escolar formal era entendida como elemento de distinção pelos sujeitos que se encontravam inseridos no ambiente escolar durante o período objeto de estudo, mais especificamente no ensino secundário, bem como, analisar de que forma a educação formal influenciou para a inserção dos indivíduos no mercado de trabalho e para a ascensão social no período. Os objetivos específicos da pesquisa são: compreender como estava organizado o ensino secundário no período; investigar como era a relação dos sujeitos da pesquisa com a educação; analisar a relação entre a educação formal e o mercado de trabalho. A escolha do tema se deve ao fato de que, em tempos de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e do Sistema de Seleção Unificada (SISU) e criação do Programa Universidade para Todos (PROUNI), em um país em que há pouco mais de uma década ampliou consideravelmente o número de vagas e as formas de ingresso no ensino superior, e também passou a oportunizar amplo acesso ao ensino técnico por meio de políticas públicas como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), como forma de viabilizar a qualificação da população, o que suscitou o interesse em analisar como era o funcionamento do ensino formal entre os anos de 1940 a 1950 e a relação da sociedade com a educação. A exemplo do momento atual em que vivemos, de uma democracia relativamente recente, o recorte temporal objeto da pesquisa abrange um curto período de redemocratização do país, em um contexto de pós-guerra, de amplas transformações nos cenários político, econômico e social, em virtude do fim do Estado Novo. Assim, surgiu o interesse de compreender a relação da sociedade com a educação formal e como esta última se constituiu em um elemento de distinção social no período. O recorte espacial escolhido, o Rio Grande do Sul, justifica-se diante do interesse de utilizar, dentre outras, a metodologia da História Oral, através da realização de entrevistas com pessoas que se encontravam inseridas no contexto escolar no período, que residiam em cidades diversas de nosso Estado ou se mudaram para a Capital. O presente estudo utiliza como categoria fundamental a distinção. Para tanto, utilizou-se como referência o teórico Pierre Bourdieu. A presente pesquisa está situada no âmbito da História Cultural, logo, fez-se necessário uma apropriação de referenciais sobre essa corrente historiográfica. As metodologias de pesquisa empregadas são a bibliográfica, documental e História Oral. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apresentar as possibilidades da utilização da História Oral como método de pesquisa que possibilita a análise da educação como elemento de distinção entre as décadas de 1940 e 1950, e realizar uma contextualização histórica do ensino secundário no período. A pesquisa apresenta resultados parciais, pois se encontra em fase de desenvolvimento.