Análise de cartazes de divulgação de festas: quando o design gráfico vira design de assédio

  • Larissa Lauxen Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense
  • Elisa Brum Prestes Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense
Palavras-chave: Assédio, Design, Cartazes

Resumo

Considerando que em nossa sociedade a imagem sexualizada e objetificada da mulher vem sendo utilizada de forma naturalizada em campanhas publicitárias como forma de atrair o público consumidor masculino e com o propósito de aumentar lucros, a presente pesquisa tem como objetivo compreender a relação do design de cartazes de divulgação de festas em casas noturnas na região do Vale do Sinos com a cultura do assédio. Desta forma, a questão problema é: “Qual a relação do design de cartazes de divulgação de eventos em casas noturnas com a cultura do assédio?” O estudo recorre a princípios da semiótica e do design emocional para analisar e identificar emoções projetadas nesse público através das formas de uso da representação dos corpos femininos além do estético na elaboração gráfica dos cartazes com fins de marketing.  Além de pesquisa bibliográfica constituída em aporte teórico de apoio à pesquisa acerca de Design Gráfico, Cartaz, Semiótica, Design Emocional e Cultura do Assédio, a metodologia da pesquisa envolve dimensões empíricas como a análise de cartazes de festas, utilizando os princípios da semiótica relacionados ao design emocional; e, em caráter complementar, duas pesquisas de opinião, uma realizada em redes sociais para identificar se as mulheres vivenciam assédio em festas em casas noturnas; e a outra, sobre que emoções os cartazes suscitam no público que o aprecia como forma de identificar sua relação com a cultura do assédio. Análises parciais indicam que a divulgação pode estar não somente atraindo o público masculino para a festa em si, mas convidando-o ao assédio, considerando a conotação sexual do design gráfico utilizado, insinuando o consumo de um objeto sexual. Discussões de resultados sugerem, portanto, o designer gráfico e a empresa responsável pelo marketing como corresponsáveis indiretos pela perpetuação da cultura do assédio e em casos mais agravantes, a cultura do estupro em casas noturnas.

Publicado
2019-04-30
Seção
[Pesquisa] Resumos nível médio