A espada e as feminilidades: sobre empoderamento e relações de gênero no filme Mulan

  • Brenda Mensch de Oliveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas. Canoas, RS
  • Olivia Pereira Tavares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Canoas. Canoas, RS
Palavras-chave: Empoderamento, Femilinidades, NEPGS

Resumo

Desde 2015, o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero e Sexualidade (NEPGS)
do IFRS - Campus Canoas promove atividades, dentre elas, cines-debate
envolvendo as temáticas do projeto de extensão vinculado a este núcleo. A
autora, tendo participado do grupo de estudos do NEPGS, como voluntária em
2017 e como bolsista no ano vigente, relacionou seu interesse em pesquisar
sobre as princesas da Disney com as temáticas abordadas pelo núcleo. Dessa
forma, surge esta pesquisa, que em um primeiro momento foi feita em conjunto
com outra bolsista do projeto, que analisava as produções
cinematográficas Mulan (1998) e Valente (2012), realizando um comparativo
entre as duas obras. Esta pesquisa objetiva analisar as questões de gênero
e empoderamento no longa metragem Mulan. Considerando que os filmes são
artefatos culturais utilizados como recursos pedagógicos de produção e
transmissão de saberes, ou seja, são utilizados na construção do
sujeito, a análise é feita utilizando o método de etnografia de tela.
Para que seja realizado o método, foram escolhidos fragmentos da obra para
análise, visando a fornecer diferentes visões sobre uma mesma cena. Para
que isso ocorra, é vista repetidas vezes a cena e descrita para ser
possível observar aspectos que vão desde as cores do cenário até a
movimentação dos personagens. Compreende-se que os conceitos de gênero e
de empoderamento da mulher contribuem para espaços de modificação na
representação de feminino nos filmes da Disney. Por meio destes
fragmentos, pergunta-se se é possível considerar Mulan a primeira princesa
empoderada encenada pelo estúdio. Assim como se a personagem rompe e
descontrói com um padrão, o qual a “mulher” não pode lutar e nem
“agir como homem”. Indaga-se sobre temas de sexualidade e gênero, com
perceptivas de feminino e masculino. Observando-se como o feminino é
representado na sociedade na qual o filme se passa, refletindo sobre
múltiplas feminilidades possíveis no contexto atual. Problematiza-se a
questão de situações de desigualdade entre femininos, que se distinguem
pelos diversos marcadores que os atravessam: como gênero, raça, geração,
classe, entre outros. A problemática torna-se relevante, pois o filme traz
assuntos como a falta de liberdade de expressão, a necessidade de uma
representação universal de feminino, o casamento como compulsório como
status social e inúmeras relações de poder no que tange as questões de
gênero.
Publicado
2019-04-30
Seção
[EXTENSÃO] Resumos nível médio